FLORIPES

Num lugar que antes abrigava o antigo moinho de Olhão, hoje ocupado pelo Grupo Naval de Olhão, uma lenda ganha vida: dizia-se que todas as noites, à meia-noite, uma mulher vestida de branco aparecia lá. Numa dessas noites, um homem que dormia no moinho avistou esta figura misteriosa. No entanto, por coragem ou tolice, o medo do desconhecido não o fez mudar a sua rotina.
O homem espalhou a notícia sobre a intrigante mulher, mas poucos acreditaram nele. Um dia, ofereceu um terreno como presente de casamento a um jovem em troca de este o acompanhar ao moinho para ver a mulher. Intrigado pela oferta, o jovem aceitou. Naquela noite, foram juntos ao moinho e avistaram a mulher de branco, que se apresentou como Floripes, uma moira encantada.
Floripes partilhou a sua história, explicando que estava ali presa porque o seu pai a tinha encantado para que aguardasse por ele. O jovem perguntou como poderia desfazer o encanto, e Floripes disse que o primeiro homem que a abraçasse e beijasse no braço do lado do coração poderia libertá-la, mas em troca teria de casar-se com ela e ir para o norte de África. O jovem recusou, pois já estava comprometido.
Desde então, Floripes permaneceu encantada até aos dias de hoje, aguardando alguém que a liberte do seu feitiço.